ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA OITAVA
SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 02-01-2007.
Aos dois dias do mês de
janeiro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores
Adeli Sell, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto,
Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, José Ismael Heinen, Maristela Meneghetti,
Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Sebastião Melo. Na
ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria dos Vereadores Adeli Sell,
Líder da Bancada do PT, Carlos Comassetto, Maristela Maffei e Raul Carrion, ao
Projeto de Lei do Executivo nº 048/06 (Processo nº 5046/06). Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 048/06, com ressalva
da Emenda a ele aposta, por vinte e nove votos SIM, após ser discutido pelos
Vereadores Carlos Comassetto, João Antonio Dib, Clênia Maranhão, Raul Carrion,
Carlos Todeschini e Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Mario Fraga, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul
Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e tendo apresentado
Declaração de Voto, em nome das Bancadas do PT, do PSB e do PCdoB, o Vereador
Adeli Sell. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 048/06, o
Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos
trabalhos da presente Sessão. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da
Vereadora Mônica Leal, solicitando Licença para Desempenhar o Cargo Público de Secretária
de Estado da Cultura a partir do dia de hoje, tendo o Senhor Presidente
declarado empossado na vereança o Suplente Newton Braga Rosa, informando que
Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na oportunidade,
os trabalhos estiveram suspensos das quatorze horas e vinte e um minutos às
quatorze horas e trinta minutos, nos termos regimentais. Em seguida, foi
aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 048/06. Após,
a Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se acerca do processo de implementação
das modificações previstas no Projeto de Lei do Executivo nº 048/06. Ainda, o
Vereador Claudio Sebenelo manifestou-se, congratulando a Mesa Diretora pela
edição da Ordem de Serviço nº 016/06, que dispõe sobre a forma de protocolização
de proposições por parte dos Senhores Vereadores. Às quinze horas e onze
minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião de Instalação da
Terceira Comissão Representativa, a ser realizada amanhã, no horário regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz e João
Antonio Dib, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e
secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora,
nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela
maioria dos seus integrantes.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo
quórum, passamos à
(O Ver. Dr. Goulart assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Ver. Luiz Braz.
Em discussão o PLE nº 048/06. (Pausa.)
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Vereador,
solicitamos a V. Exª a interrupção dos trabalhos por cinco minutos para
fazermos o encaminhamento com a Bancada do Governo.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Sim,
Excelência, concedido. Estão suspensos os trabalhos por cinco minutos para o
entendimento entre as Lideranças.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h21min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 14h30min): Estão
reabertos os trabalhos.
Srs. Vereadores, comunicamos o Pedido de Licença da
Verª Mônica Leal para desempenhar o Cargo Público de Secretária de Cultura do
Estado do Rio Grande do Sul a partir do dia 1º de janeiro de 2007. A Mesa
declara empossado o Ver. Newton Braga Rosa, que integrará a Comissão de Saúde e
Meio Ambiente.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 5046/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 048/06,
que autoriza a desafetação e alienação dos imóveis da Rua Jacintho Godoy nos
155, 167, 179 e 191; da Rua Xavier da Cunha nº 933; da Estrada Retiro da Ponta
Grossa nº 3641; da Rua Eurípedes Monteiro Duarte nº 61; da Rua Amoni nº 55; da
Rua Dea Coufal nos 1275 e 1261 e Rua Correa Lima nº 1239.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 14-12-06.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o
PLE nº 048/06. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 048/06.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; eu já
aproveito esta oportunidade para cumprimentá-lo pelos trabalhos desenvolvidos
na presidência desta Casa no ano de 2006, desejando-lhe votos sinceros de muita
energia para 2007. Prezadas colegas Vereadoras, Vereadores, da mesma forma eu
cumprimento a nossa futura Presidenta, Verª Maria Celeste: o Projeto que
estamos discutindo aqui, senhoras e senhores, é de autoria do Executivo e
objetiva a desafetação de onze áreas públicas municipais distribuídas em várias
regiões da Cidade - desafetação e autorização para venda dessas áreas pelo
Poder Público Municipal.
Estivemos
estudando atentamente o Projeto, Ver. João Antonio Dib, e constatamos que as
áreas são especiais, importantes para Porto Alegre, pois são áreas públicas
municipais. Por exemplo: nós temos 1.320m² de área na Rua Jacintho Godoy,
situada lá perto do triângulo da Av. Assis Brasil; nós temos 1.900m², ou
2.000m² de área, na Rua Xavier da Cunha, no bairro Cavalhada; nós temos uma
área de 3.000m² na Rua Déa Coufal. Nessa área da Rua Déa Coufal, uma área bem
localizada entre os bairros Ipanema e Cavalhada, bem como nas demais áreas,
daria para assentarmos em torno de vinte famílias. Com tranqüilidade, senhoras
e senhores, nessas áreas podem ser assentadas umas trezentas famílias.
O
Projeto do Executivo não traz, ou omite, tanto na sua Justifica como no próprio
Projeto de Lei, para onde serão destinados os recursos da venda dessas áreas.
Então, nós, como militantes da reforma urbana e da habitação popular, não
podemos concordar que essas áreas sejam vendidas sem que a legislação municipal
seja atendida na sua plenitude, ou seja, que esses recursos sejam destinados
também para projetos de habitação popular. Portanto, Ver. Carlos Todeschini e
nosso Líder Adeli Sell, nós não somos contra a dar destino a essas áreas
públicas, que estão ociosas ou não-utilizadas, mas que elas são um potencial do
Município, elas são. Como a carência habitacional é muito grande, nós temos que
priorizar no sentido de que essas áreas sejam destinadas para o tema da
habitação popular. Estamos construindo coletivamente uma Emenda para ser
acrescentada a este Projeto de Lei: nós autorizamos a desafetação, mas esse
recurso deve ser destinado exclusivamente para os projetos de habitação popular.
Com isso nós estaremos cumprindo a função social da propriedade, transformando
alguns terrenos que não têm a metragem ideal, ou que estão em localizações
diferenciadas na Cidade, em recursos exclusivamente para a habitação popular.
A
Sra. Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, queria dizer
que o PSB assinará conjuntamente essa Emenda, que é fundamental; com certeza, por um lapso, ela não foi especificada.
É um tema relevante e vai trazer um salto de qualidade na área de habitação
popular e também em relação aos equipamentos para a nossa Cidade. Obrigada.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Agradecemos,
Verª Maristela Maffei.
Este
ano, Ver. Carlos Todeschini, que presidiu a Comissão de Direitos Humanos e
Defesa do Consumidor, nós constamos dezenas, centenas de comunidades buscando o
direito à moradia, e isso é uma realidade em Porto Alegre. Portanto, Verª
Sofia, nossa Líder de 2006, nós não podemos simplesmente vender essas terras
sem destinar esses recursos para a habitação popular.
Convido
os demais colegas Vereadores e Vereadoras, juntamente com a Líder do Governo,
para construirmos uma Emenda, para que esses recursos sejam destinados,
prioritariamente, para o desenvolvimento de projetos para a habitação popular,
assim poderemos enfrentar o problema do déficit habitacional, que em Porto
Alegre chega em torno de quarenta mil habitações. Utilizaremos esses recursos
para a habitação popular, inclusive aproveitando os recursos do Governo
Federal, que são muitos e estão na Caixa Econômica Federal, recursos destinados
a esses projetos. Essa é a nossa posição sobre o referido Projeto, Sr.
Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 048/06.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, ouvi com atenção o Ver. Carlos Roberto Comassetto
e, na realidade, não vejo por que não aprovar este Projeto da forma como ele
veio. Eu não fui contatado por ninguém, mas sei ler e, lendo, chego à conclusão
de que é importante que sejam feitas a desafetação e a autorização, para que os
imóveis sejam alienados.
No
parágrafo 2º da Exposição de Motivos, o Prefeito diz (Lê.): “A alienação dos
referidos próprios municipais provenientes de loteamentos tem como objetivo a
utilização dos recursos auferidos com a sua venda para a aquisição de áreas
destinadas à implantação de equipamentos públicos”. Poderia ser Habitação, como
deseja o Ver. Comassetto; o Prefeito poderia, sim, ter na Mensagem definido
quais são esses equipamentos públicos, que poderão ser, por exemplo, imóveis de
interesse do DMAE, no caso do importante programa de saneamento que será
colocado na Cidade.
E
no outro parágrafo ele diz (Lê.): “Por fim, saliento que os imóveis em questão
não têm utilidade para o Município, sendo interessante para a Administração
Pública a alienação destes, já que no futuro proporcionarão fonte de renda para
os cofres públicos”. Eu não conheço todos os imóveis aqui alinhados, mas os da
Rua Jacintho Godoy eu conheço, conheço-os bem. Então, eu não vejo por que não
autorizar o Prefeito, neste Projeto de Lei, a fazer a desafetação e a
alienação.
Talvez
a Liderança do Governo tenha ouvido a Liderança do Partido dos Trabalhadores e
possa propor alguma Emenda, e tem o nosso apoio, sem dúvida nenhuma, porque
acho que realmente esses imóveis não têm interesse para o Município na posição
em que eles se encontram. O Programa Socioambiental, por exemplo, poderia
utilizar esses recursos e até fazer permutas, porque há terrenos aqui que estão
na Zona Sul. De qualquer forma, o Projeto deve ser aprovado, sim. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLE nº 048/06.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, dentro de vinte minutos estaremos iniciando a
Sessão Especial de posse da nova Presidente desta Casa, e algumas pessoas
tinham me perguntado por que nós estamos fazendo, anteriormente a esse momento
tão importante, uma reunião de trabalho. Eu tenho certeza de que será uma
reunião extremamente rápida, mas ela tem um motivo que é inquestionável: ficou
pendente no ano passado a votação de um Projeto de Lei que estava acordado para
ser votado; tendo em vista o acúmulo de trabalho, não tivemos tempo de votá-lo.
Como
este Projeto diz respeito a uma questão fundamental da nossa Cidade, que é
exatamente a questão referente à luta pela habitação e pela implantação de uma
política de habitação popular, nós fizemos um acordo com o conjunto dos Líderes
desta Casa para votarmos apenas este Projeto - um Projeto. É um Projeto que se
coloca dentro de uma preocupação do Município de Porto Alegre, que tem se
expressado com muita força no que se refere à luta pela construção de habitação
popular na nossa Cidade.
Só
nessa área de desafetação, desalienação de imóveis para a construção de
habitações populares, nós votamos vinte Projetos de Lei no ano de 2006. Faltou
apenas um Projeto que trata de terras do Departamento Municipal de Habitação e
que trata também de imóveis nas Ruas Jacintho Godoy, Déa Coufal, Eurípedes
Monteiro e Xavier da Cunha, entre outras. Nós achamos importante votar este
Projeto para que possamos acelerar os processos de construção das habitações e
da regularização dessas áreas.
Surgiu
uma Emenda que eu acho que enriquece o Projeto, porque ela deixa mais
explicitado que a destinação dos recursos será única e exclusivamente para a
área de Habitação. Eu tive ainda a preocupação, conversando com o Ver. Carrion e com o
Ver. Comassetto, no sentido de que na Emenda ficasse clara a possibilidade de
se construírem equipamentos sociais. Explicavam-me os Vereadores, consultando
aqui as assessorias técnicas, que, pela lei federal, quando se trata de
habitação popular, já está prevista a construção de equipamentos, como creche.
Então, apenas para rapidamente justificar
por que nós estamos trabalhando ainda nestes minutos que antecedem a Sessão
Solene: é que nós achamos que as populações que estão em áreas das periferias
da nossa Cidade precisam ter agilizados os seus processos para a construção das
habitações populares. Então, peço aos nobres Pares que aprovem o Projeto e a
Emenda, que vêm clarificar a preocupação, a responsabilidade pública com a área
da habitação popular.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
O Ver. Raul Carrion, nosso futuro Deputado, está
com a palavra para discutir o PLE nº 048/06, por transposição de tempo com o
Ver. Carlos Todeschini.
O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Dr. Goulart,
demais Vereadores e Vereadoras, em especial a nossa Presidenta Maria Celeste,
que irá assumir na tarde de hoje, eu queria, em primeiro lugar, chamar a
atenção para o fato de que a Lei Complementar nº 269 - Verª Clênia, eu pediria
um minuto da sua atenção como Líder do Governo -, que institui o Banco de
Terras no Município de Porto Alegre e dá outras providências, no seu art. 5º
afirma que o Banco de Terras se constituirá pelos seguintes recursos... E o
primeiro recurso de que o artigo fala é a alienação de bens imóveis municipais,
prevista no art. 12 da Lei Orgânica do Município. Então, Ver. Dib, por força da
Lei Complementar nº 269, toda e qualquer alienação de áreas do Município deve ir para o
Banco de Terras, e a própria Lei do Banco de Terras afirma, no art. 3º, inciso
I, que os recursos do Banco de Terras se destinarão à implementação da política
municipal de desenvolvimento urbano, principalmente à implantação de programas
habitacionais e equipamentos de caráter social.
Portanto,
Verª Maffei, essas terras que estão sendo alienadas, Ver. Comassetto, que
também teve a mesma preocupação, não podem ir para um caixa comum da
Prefeitura. Esses recursos devem ir, por lei, para o Fundo de Terras, e, dentro
do Fundo de Terras, a prioridade são programas habitacionais e equipamentos de
caráter social, Verª Clênia. Isso está posto na Lei Complementar nº 269, que
diz que toda e qualquer venda de terra do Município vai para o Fundo de Terras.
A Emenda que nós, o Ver. Comassetto, a Verª Maffei, em concordância inclusive
com a base do Governo, estamos fazendo é no sentido de deixar claro, porque,
apesar de já haver legislação sobre isso, Verª Clênia, eu creio que em geral os
recursos têm ido para o caixa comum. Então, com a Emenda, que já tem sua
concordância, nós aprovaremos a matéria, porque são glebas menores, às vezes de
mais valor, glebas que não permitem ali a instalação de um conjunto
habitacional, mas que, vendidas, transformadas em numerário, indo para o Fundo
de Terras, permitirão a aquisição de outras glebas, em que será feito um
projeto habitacional popular, certamente, e onde, no espaço destinado aos
equipamentos, poderá haver creches, posto de saúde, escolas e assim por diante.
A
Sra. Clênia Maranhão: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Concordo com V. Exª, Vereador;
essas terras são terras que terão destinação pública, designadas aos programas
de habitação popular da Prefeitura de Porto Alegre, e nós achamos muito
importante que haja uma Emenda que explicite isso, porque essa é a missão do
Projeto, esse é o objetivo do Projeto. E uma outra coisa que era uma
preocupação nossa é que nessas terras de áreas populares pudessem ser
construídos os equipamentos sociais, como creches e escolas, mas, como afirmou
V. Exª e também os nossos assessores técnicos, na legislação federal que trata
da questão da habitação popular já está implícito que esses equipamentos
compõem as políticas habitacionais populares. Então, eu acho que sobre isso não
há nenhuma dúvida. Muito obrigada.
O
SR. RAUL CARRION: E,
mesmo assim, a nossa Emenda está explicitando, os equipamentos sociais estão
referidos. Então, é isso. Como sempre, a oposição, Ver. Dr. Goulart, atenta,
está aqui para colaborar, mas, ao mesmo tempo, para zelar pelo interesse
público e para que a legislação municipal seja cumprida. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Vereador.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 048/06.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; saúdo-o também pela conclusão dos trabalhos,
nesta última Sessão na condução da direção desta Casa. Muito nos honra tê-lo
como colega e como Presidente, creio que V. Exª procurou ser o mais democrático,
o mais representativo das forças, da expressão desta Casa. Então, quero lhe
dizer que tenho uma grata satisfação de poder, à vontade, dizer que foi muito
agradável ter V. Exª como Presidente aqui, representando-nos.
Eu
queria fazer um levantamento de uma série de dúvidas e questionamentos, porque
estive examinando muito rapidamente o Processo, Verª Maria Celeste, e todos os
laudos de avaliação datam de 2003. Todos eles têm mais de três anos, e nós
temos tido problemas aqui, porque temos aprovado, Verª Maristela, a venda de
terrenos e depois somos cobrados porque os terrenos estão tendo finalidades.
Por exemplo, nós tivemos o caso da Rua Otto Ernest Meyer. Ali, sem necessidade,
a Prefeitura demoliu aqueles imóveis e acabou causando um transtorno enorme
para as pessoas. Inclusive, na última sexta-feira, tive uma audiência com o Sr.
Prefeito e levei o caso lá para que aquelas pessoas que foram despejadas e que
sofreram uma ação de violência contra o seu patrimônio e contra suas famílias
possam ser reparadas.
E
nós temos um Projeto que chega hoje para ser votado hoje em Regime de Urgência, são
dez imóveis, e creio que esse não é o método adequado de se fazer a discussão.
Eu, se tivesse tempo, iria de um a um dos imóveis ver qual é a situação: se o
terreno não está ocupado, se ele não está tendo uma outra finalidade, se ele
não está tendo um outro destino. Pelo que consta no Processo e também porque
ele já tem mais de três anos, nós não temos condições de saber se estamos
autorizando uma venda que não vai se tornar uma ação arbitrária do Município,
ou que não vai ser uma ação em prejuízo daquelas pessoas que estão, de uma
forma ou de outra, utilizando e fazendo com que o terreno tenha uma finalidade
ou social, ou econômica, ou habitacional. Estamos, sim, produzindo uma Emenda
para garantia da destinação dos recursos a serem arrecadados, por meio,
evidentemente, do processo de licitação pública, por meio de todos os preceitos
que orientam a melhor conduta pública da destinação de patrimônio e de recursos
para que se tenha, então, as garantias do uso adequado, legal e legítimo dessas
áreas.
Agora, pelo método, pela pressa, com todas as
dúvidas que nós temos, será que nós não vamos estar aprovando aqui algo que
poderia já ser utilizado pelo próprio Município para a realização de
reassentamentos, para outras finalidades, como equipamentos públicos ou outras
ações de competência do Município que poderiam vir em benefício de toda a
comunidade? Não sei. Pela pressa com que veio o Projeto, não é possível ter
certeza nem a clareza de que isso vá acontecer e de que não tenhamos problemas
futuros.
Então, é evidente que o Governo está mandando, e
vamos votar a favor. Agora, sob protesto, porque este Projeto veio em Regime de
Urgência para ser votado hoje, e isso não é correto. O correto é dar tempo,
passar pelas Comissões e permitir que nós, Vereadores, possamos ir in loco, Ver.
Oliboni, tirar as dúvidas. Eu cito um caso, por exemplo, daquele posto de saúde
vizinho à sua casa, que hoje está situado no porão de uma creche, e o Governo
não consegue prover um terreno para que ele tenha as condições mínimas,
decentes, de qualidade, que atendam às normas exigidas pelo Ministério da Saúde para receber a comunidade. Então, nós
estamos vendendo terrenos e, muitas vezes, não temos terrenos para atender a
comunidade. Assim fica muito ruim de poder trabalhar, fiscalizar e ajudar a
Cidade a ser melhor. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregoamos
a Emenda nº 01 ao PLE nº 048/06.
Assinam o Ver. Adeli Sell, Líder da Bancada do PT; a Verª Maristela
Maffei, Líder do PSB; o Ver. Raul Carrion, Líder do PCdoB; e o Ver. Carlos
Comassetto, pelo PT.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 048/06.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart, a quem cumprimento; na sua pessoa, cumprimento
todos os Vereadores e Vereadoras, desejando um ano muito profícuo, de muita
atitude republicana e contribuição desta Câmara para a nossa Cidade. Queria
cumprimentar todos que acompanham os primeiros trabalhos deste ano de 2007,
cidadãos e cidadãs de Porto Alegre que vêm prestigiar a posse da querida Verª
Maria Celeste, a qual temos orgulho de conduzir, representando o Partido dos
Trabalhadores na presidência desta Casa neste ano.
As
alienações propostas aqui ficaram - talvez, para muitos, estranhamente
- para este início de ano. Nós tivemos um trabalho intenso no final do ano
passado; no ano passado inteiro, mas, no final do ano passado, tratamos de
vários Projetos polêmicos e complexos, e, quanto a este Projeto, na condição de
Líder, solicitei à Verª Clênia que pudéssemos analisar melhor, porque era um
Projeto que não deixava muito claro, porque é complexo, com muitas áreas, em
que não ficava bastante especificado o destino dessas áreas.
Hoje acho que, de novo, numa construção muito
positiva, da oposição com o Governo, estamos deixando explícito no Projeto que
serão áreas que deverão ser destinadas à habitação popular ou a equipamentos
comunitários, e que nós estaremos acompanhando o seu destino, através dos
editais, através dos procedimentos que devem ser públicos. Nós sabemos que esta
Cidade tem uma demanda enorme de habitação popular; todas as iniciativas que
vêm para estimular, para agilizar, para resolver o problema de habitação nesta
Cidade terão o apoio da Bancada de oposição.
Nós estivemos pautando, durante o ano todo,
problemas sérios, inclusive de redução de ritmo e de qualidade das obras,
deixadas, iniciadas pela Administração Popular. O Programa Integrado Entrada da
Cidade, o PIEC, nos preocupa; é uma obra que já deveria estar pronta, é um
projeto já desenvolvido, com os recursos já destinados, e as especificações
daquelas moradias estão sendo diminuídas, pioradas na sua qualidade, e o ritmo
das obras está muito lento. Assim foi com o Condomínio Princesa Isabel; assim é
o tema do Socioambiental, especificamente em relação à área da Hípica. Nesta
Casa aprovamos uma cedência de área, para que o Governo do Estado passasse à
Prefeitura a área da Hípica, aqui no bairro Cristal, que aguarda a
regularização, que tem projeto para construção de creche, o que estava previsto
no Socioambiental, Ver. Todeschini. Ali iniciaria a contrapartida da
Prefeitura. Esse tema, Verª Clênia, da Hípica, nós temos pressionado, o Governo
Municipal fez a sua parte, mas o Governo Estadual ainda não mandou para a
Assembléia o terreno como contrapartida ao Município. Agora, esta Câmara teve
que agilizar Área de Interesse Social, aprovada aqui, para o Túnel Verde da
Zona Sul. Todas as ações que
dependiam desta Casa, nós encaminhamos. E o tema da Hípica será uma questão
sobre a qual iremos pressionar a Governadora Yeda.
Ver.
Mario Fraga, não entendo como a Secretaria Estadual de Habitação não responde a
um tema tão importante. Uma comunidade - que conquistou há anos aquela
regularização - depende de uma mera troca de terrenos, e nós já encaminhamos o
do Município para lá. Acho que temos que estar mais à altura da capacidade que
a população, que a nossa sociedade, de forma organizada, demonstrou, para, com
sabedoria, definirmos as prioridades do Município e do Estado. Nós precisamos
responder de forma mais ágil. Os Governos precisam, apesar das dificuldades
orçamentárias, ser criativos, mas, principalmente, ter capacidade de
priorização.
Encerro
dizendo que a nossa Bancada aprova este Projeto, aprova com as Emendas, mas nós
temos que registrar que, no Departamento Municipal de Habitação, não tivemos,
nos dois últimos anos, nenhum novo projeto de habitação popular nesta cidade;
os engenheiros lá estão ociosos em muitos momentos. Não fosse o Governo Lula,
com os seus programas e investimento, não teríamos nenhuma nova habitação
popular; não fossem os projetos deixados pela Administração Popular...
Esperamos que esse quadro se modifique.
Lembro
temas importantes como o das ilhas: na semana que passou, junto ao Ministério
Público, Ver. Comassetto, nós consagramos, pelo trabalho do Dr. Norberto -
eficiente -, respondendo às demandas da Ilha do Pavão, quinze mil metros
quadrados para o possível reassentamento das ilhas. E esse tema das áreas de
proteção ambiental e da regularização das nossas ilhas é um tema que está lento
demais para as conquistas e para as necessidades das ilhas. O Governo Estadual
e Municipal estão demorando demais para responder com projetos e investimento
para a regularização.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.).Sr. Presidente, se me
permite, para ganharmos tempo também, quero dizer que a Emenda já foi acordada
e diz que a totalidade dos recursos serão destinados a projetos de habitação
popular, incluídos os equipamentos sociais deles constantes. Portanto, o objeto
da nossa discordância, em princípio, está atendido.
A
SRA. SOFIA CAVEDON:
Obrigada, Ver. Comassetto.
Encerro
dizendo que já havia registrado isto. Acho que o estudo que V. Exª fez,
designado por esta Líder, nos ajudou a melhor nos posicionarmos sobre o Projeto
e, neste momento, temos condições, Sr. Presidente, de aprová-lo. Acompanharemos
a destinação para a habitação popular. Fecho desejando um Feliz Ano Novo para
todos nós e que o Brasil possa viver tempos bem melhores, porque as palavras
ditas pelo Presidente Lula, ontem, nos indicam que temos pressa, precisamos ter
criatividade e incluir para desenvolver. Boa luta para todos nós!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em
votação nominal, por solicitação do Ver. Mario Fraga, o PLE nº 048/06. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por 29 votos SIM.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para ler uma Declaração de Voto.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente em nome da Bancada do PT, PSB e PCdoB, leio a seguinte Declaração de
Voto (Lê.): “Estamos votando com base nas informações do Governo, na confiança
de palavra da sua Líder; no entanto não temos segurança de que os referidos
imóveis não estejam ocupados, prestando-se a alguma finalidade social,
econômica ou mesmo residencial, dada a urgência exigida pelo mesmo Governo, sem
possibilidade de análise e avaliação mais detalhada por esta Câmara.” Votamos
favoravelmente com esta Declaração de Voto, que é assinada pelos Vereadores
Carlos Comassetto, Raul Carrion, Carlos Todeschini, Maristela Maffei, Aldacir
Oliboni, Sofia Cavedon e por este Vereador
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 048/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, para
que não haja nenhuma dúvida sobre o Projeto que votamos e sua aplicação, quero
aqui, na condição de Líder do Governo, dizer que todos os desdobramentos desse
processo e também a colocação das famílias nessa região serão absolutamente
transparentes. E já convidamos, previamente, todos os Vereadores, já constando
nas agendas, para que possamos estar presentes no momento em que os atos forem
efetivados.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Quero cumprimentar a Mesa dos trabalhos,
que fez uma Portaria absolutamente correta eliminando uma questão gravíssima e
deprimente que existia nesta Casa, que era a fila do dia 31. Hoje teremos distribuição
de fichas e, principalmente, o sorteio entre os Vereadores para o direito de
premiar alguém. Meus parabéns!
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado.
Nada mais
havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão
Extraordinária.
(Encerra-se
a Sessão às 15h11min.)
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